sábado, 21 de junho de 2008

Confira!!!


Apesar do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão ter sido assinado em 1895, foram necessários mais alguns anos antes dos dois países firmarem as bases para a viagem de imigrantes nipônicos à América do Sul, que aconteceu somente em 1907. Nestes mais de dez anos, o Japão enfrentou duas guerras e uma explosão demográfica, que impeliram o governo a considerar a possibilidade de impulsionar a emigração para o Brasil. O governo brasileiro, que também enfrentava problemas neste ínterim, já que a imigração de italianos estava suspensa desde 1902, passou a considerar os japoneses como a solução possível para a questão de falta de braços na lavoura cafeeira.
A partir de 1906, iniciaram-se as negociações entre o governo japonês, por intermédio da Companhia Imperial de Imigração, e o governo do estado de São Paulo para a vinda dos primeiros imigrantes para o interior paulista. O presidente da Companhia, Ryo Mizuno, veio ao Brasil duas vezes (1906 e 1907) investigar as condições de vida e trabalho que seriam oferecidas aos imigrantes em São Paulo e outros estados, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, e concluiu pela assinatura de um acordo com o então secretário de Agricultura do estado Carlos Botelho.
A viagem que marcaria o início da imigração japonesa para o Brasil foi realizada em maio-junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru, que trouxe até o porto de Santos a primeira leva de 781 imigrantes japoneses, que iriam trabalhar nas fazendas de café do estado.
Esses imigrantes embarcaram no porto de Kobe, no Japão, com um contrato de três anos de trabalho e a esperança de fazerem dinheiro no Brasil e depois retornarem à sua terra. As dificuldades se mostraram maiores do que o esperado: os imigrantes encontraram aqui falta de condições de trabalho e de subsistência, além de muito trabalho e pouco lucro, pois tinham de restituir com grande parte de seus salários aos fazendeiros e ao estado o que foi gasto em passagem marítima e alimentação. Deste modo, mais da metade dos primeiros imigrantes abandonou as fazendas antes mesmo de cumprir o tempo do contrato; dos que ficaram até o fim do prazo, poucos se fixaram à terra, a maior parte foi embora para as cidades tentar uma outra vida, o que não impediu que muitos outros japoneses viessem tentar a sorte depois dos primeiros. Cerca de 15 mil imigrantes nipônicos entraram no Brasil como contratados na primeira fase da imigração subvencionada (1908-1914).
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