sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Apesar

Serenidade, tempo, fé, amor e amizade são algumas das principais pontes para evitar que se adentre ao vale escuro e fétido da solidão. Pode-se dizer que usei meu tempo sendo sereno, pois havia fé em demasia no amor tão desejado, enquanto este não se revelava, agraciado permaneci. Quão complicado é escolher o caminho da luz, apesar de haver a nítida diferença entre escuridão e claridade, mesmo tendo do que era certo. Quando o amor se revelou senti plenitude, mas a ânsia em aproveitar tão belo amor, deixei de ser sereno por brevidade, mas logo a retomei, assim como reorganização do tempo, novos laços de amizade se configuram e principalmente há petrificação de fé neste estado de amor.

O amor para alguns, não é infinito, e sim, há prazos. Revelasse, então, aos olhos que a serenidade lhe fez falta, o tempo lhe cobrará cada segundo perdido, a fé lhe taxará por escolhas corretas, pois para as escolhas não há tempo e a amizade lhe fustiga paulatinamente. Continuei a caminhar, crendo que estava suficiente, mas ledo engano.

Deixei-me consumir por erros que se revelaram de forma desproporcional ao consenso do que se pode suportar. Dado o primeiro sopro frio e assustador, indicando tal proximidade do vale escuro, desisti de entender que força atrativa me levou a permanecer estático preso em rota de colisão ao obscuro. A cada puro e singelo pensamento em reagir contra este aprisionamento havia um contraponto real, chega-se então ao infinito saber que não há modo de sair deste vórtice devastador.

Mesmo sem direção, nem mesmo ideia para aonde ir ou por onde começar, em silêncio, não há motivos, razões ou objetivos que o levem há lugar algum, pois qualquer lugar significa solidão, pois a solidão está em mim, pode ser considerado também como indecisão ou covardia, mas o recomeço é solitário assim como o fim e o meio, entretanto deixei de valorar a opinião alheia.

O amor não me escolheu com a mesma plenitude que o escolhi, sinto que este tenha sido o ponto decisivo para o fim que devo também escolher, mesmo que imposto, e sim, por meus erros. Acredito que sempre há escolhas, compreender tais atos as tornam, talvez, aos olhos alheio inexplicáveis, mas neste momento isto é irrelevante como o próprio ato de respirar.

Explicar o quão fácil é sair deste abismo, ao mesmo tempo incurável, basta apenas ser perdoado e perdoar, mas o ego é megalomaníaco e não permite regresso, incoerentemente estas decisões, que arraiguei como ponto de honra, aparentemente uma opção inata ao homem, esta dita honra nos permite cometer as maiores atrocidades inimagináveis e embasados em medo, cremos cegamento estarmos agindo com correcção, imbuído de angústia me forcei a impelir ao outro aquilo que me infringe.

Acreditei que tudo é parte deste grande circo da vida, altos e baixos, prazer e dor, fé e dúvida, tão errado em crer que esta é razão de vida, pois não há mar de rosas, existe um mar de gente, cada um com sua peculiaridade, mas o que trona isto tão belo e prazeroso é o fato de pesar o pesares e independente do resultado lógico levar a cada um a sua rosa.

Calei em momentos indevidos, cego por uma verdade torpe dada por compreensão ou incompreensão dos fatos, a família é nossa vida e nossa vida é a família. Não adiante tentar desvencilhar-se deste que por muitas vezes é um estigma, sempre o verão como um todo e não em partes. Quando enxergamos o todo e deixamos de criticá-lo não veremos as partes e isto macula aquilo que você pode ser. Relutei em ser o que deveria ser, quis ser diferente, muitas vezes confundido com prepotência ou arrogância, mas nunca neguei meus erros, fiz escolhas, fui cobrado e não suportei.

Minha ignorância não me permitiu agir de forma a contemplar o singelo e precioso gesto de





amar e minha rosa champanhe, a primeira que enviei ao meu amor e anexada estava minha alma, não a protegi do externo e muito menos do interno, delicada não resistiu, mas adaptou-se. Juntamente com minha alma ela esvaiu-se em lágrimas e solidão. Tardiamente, peço a ti perdão.



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